A aposta de Lacan nos parece ser a de que o laço social do discurso do psicanalista seja um laço, que claro, permita o ato psicanalítico enquanto direção de uma análise, mas, mais que isso, que transmita o que é próprio de sua estrutura enquanto aquilo que faz oposição ao universal. O ato psicanalítico escapa à determinação do universal da estrutura simbólica, ao universal da lei, o que lhe dá contornos de uma margem de liberdade relativa ao real. Neste sentido o ato é o acontecimento de uma singularidade, ato de criação. Buscamos construir as bases para se pensar esta dimensão da singularidade a partir da estrutura e não como um fora da estrutura. O discurso do analista parece demonstrar como tal singularidade pode ser encontrada no objeto a em função de causa, articulado à escrita do furo no saber que o sustenta. Pois se trata fundamentalmente de uma escrita singular, uma resposta que pode se dar a cada vez a não relação sexual com a qual se consentiu operar na estrutura. Mas se isso configura um laço social, um laço que, por exemplo, sustenta uma relação de análise, é porque se trata de um laço que implica transmissão.
Autor: Ronaldo Torres
Ano: 2019
ISBN: 978-65-80259-00-7
Páginas: 252
Formato: 16x23
Editora: Fantasma
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